Análise do Movimento
Psique - Soma - Movimento
O nosso movimento do corpo é de natureza psicomotor e é o primeiro recurso de acção para assegurar a nossa vida autónoma e assim a nossa existência.
A Análise do Movimento, método Cary Rick, é um método de terapia de movimento, de intervenção psicomotor e de psicologia profunda.
Cary Rick, actor e dançoterapeuta Americano, criou e desenvolveu este método, avaliando os métodos existentes da dançoterapia críticamente. A dançoterapia já começou a existir na intervenção psiquiátrica nos Estados Unidos a partir dos anos 40. A possibilidade de fomentar a coerência do sentido próprio através do movimento, acompanhado da estrutura musical, ajudou aos pacientes com esquizofrenia e assim a profissão da terapia pela dança começou a existir, desenvolvendo-se ao longo dos anos.
Cary Rick fundou em 1994, depois da existência da Associação de Dançoterapia na Áustria, o Instituto de Análise do Movimento IAM (Institut für Bewegungsanalyse IBA, na Suíça. O instituto foi reconhecido pela ADTA (American Dance/ Movement Therapy Association) internacionalmente e promoveu a formação profissional do método, dedicando-se à investigação da interligação teórica e pratica entre motricidade e psique.
O percurso da investigação em Análise do Movimento se demonstra na percepção, que o movimento é o nosso recurso essencial de ACÇÃO, que está directamente ligado ao nosso "corpo invisível", que por su vez está intimamente ligado ao "self", isto é, a ideia que criamos sobre nos próprios ao longo da nossa vida.
O diagnóstico na Análise do Movimento. método Cary Rick se refere à motricidade, visto como acção e não se refere à interpretação simbólica ou expressiva do movimento.
Cary Rick quería em primeiro lugar melhorar a capacidade de acção da pessoa em sofrimento, investigando a interligação direta entre patologias, motricidade e relação e já não correr o risco de fomentar a parte compulsiva, histriónica da expressão teatral do movimento.
O diagnóstico motor da Análise do Movimento se refere aos movimentos do dia a dia, no seu contexto intersubjectivo. Teoricamente a Análise do Movimento está ligado às investigações de Daniel N. Stern (The Interpersonal World of the Infant) e as teorías intersubjectivas de George Atwood and Robert Stolorow (Contexts of Being)
Através do movimento o cliente/paciente consciencializa com a ajuda do/a Analista do Movimento a interligação entre corpo e psique, re-conectando através da motricidade com percepções até pre-verbais, pre-simbólicas da sua existência e podendo verbalizar os acontecimentos na parte reflexiva do acompanhamento.
Partimos do conceito que geralmente temos a capacidade de resolver os nossos problemas.
Quando nos movimentamos, agimos e relacionamo-nos com os outros e com o nosso meio ambiente.
Em caso de doença, alternativas de movimento se contradizem. Impulsos distintos lutam entre eles, começa a existir resistência na acção e o movimento começa a“cristalizar-se”. A nossa capacidade de acção na vida está bloqueada. Já não podemos agir e resolver os nossos problemas e começamos a utilizar meios de compensação em vez de vivenciar no momento certo ou que é adequado e necessário para nos.
A intervenção através da Análise do Movimento ajuda a sentir a emoção que está ligada ao conflito através da percepção e a vivência dos movimentos. Movimentos/ acções que são retidos ou nunca foram integrados são fomentados na inter-relação e assim o conflito e a doença que lhe está inerente pode ser resolvido.
Num novo contexto de intersubjectividade (de inter-relação) com a/o Analista do Movimento, uma maneira ainda desconhecida de estar, sentir, pensar e agir na vida, pode ser experimentada e integrada.
Aplicações Gerais
Tratamento de doenças
- de desordem psiquiátrico ( esquizofrenia, depressão, borderline, autismo...)
- psicoterapêutico do foro psicossomático ( perturbação alimentar- bulimia, anorexia, obesidade), esgotamento nervoso- burnout, hipertensão, alergias, enxaquecas, dores inexplicáveis...), perturbações de stress pós-traumático, todo tipo de dependências, disfunções sexuais, diabetes, dislexia, problemas escolares...)
- na reabilitação (pós–operatório de doenças graves como cancro, apôs acidentes para a reintegração motor ), na prevenção
- doenças neurodegenerativas (Demência, Parkinson, Alzheimer )
- no ensino e na pedagogia especial
- no âmbito artístico (no teatro, na dança – improvisação)
- no âmbito escolar
- no âmbito empresarial (problemas com assédio moral, consultoria em geral, consultoria do tempo)