Todas as experiências primárias e todas as impressões afectivas, sensoriais e motoras estão armazenadas no cérebro, inicialmente ainda sem ligação ao centro da linguagem ou a estruturas cognitivas.

Esta memória implícita é o substrato fundamental do subconsciente (representações disposicionais – segundo António Damásio, sabedoria relacional implícita, segundo Daniel Stern, representações do self ou do objecto, segundo escolas psicanalíticas).

Esta memória contém sempre não só a impressão do bebé de si próprio, mas também daquilo com o qual está relacionado e das emoções que foram estimuladas. Os correspondentes padrões de estimulação ficam armazenados reiteradamente em paralelo nas partes sensoriais e motoras do córtex cerebral e no sistema límbico.

Estes padrões de estimulação determinam a vivência da realidade do momento de agora, o que influencia constantemente a vivência psíquica. O nosso cérebro é uma obra de mudanças, não só na nossa infância mas durante toda a nossa vida.

Padrões de vivência e do comportamento que activamos reiteradamente são reforçados e ficam ancorados de uma maneira como padrões de conexão neuronal, isto é, que se incorporam no cérebro. Cada novo estímulo motiva o cérebro a procurar padrões de vivência armazenados e a reactivá-los. Repetições inconscientes reactivam e reforçam os padrões neuronais.

Através de padrões de estímulos síncronos, não só as qualidades de um objecto - como a cor e a forma - são conectadas mas também as configurações da vivência com todas as suas componentes (partes) motoras, sensoriais, afectivas e cognitivas (distribuited assembles). Por isso, cada uma dessas mudanças do padrão de estímulo num destes planos - no caso do Embodiment isto representa a mudança do plano do padrão motor – tem automaticamente repercussões nos outros padrões de estímulos observados noutros âmbitos, como na percepção sensorial, nos afectos e pensamentos (Gerald Hüther (página 92- 93; wie Embodiment neurbiologisch erklärt werden kann – Como o Embodiment pode ser percebido neurobiologicamente).

 

É esta mudança do padrão motor que o método da Análise do Movimento investiga, fomenta, consciencializa e integra.